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Trás-os-Montes - "O Reino Maravilhoso" de Miguel Torga

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Miguel Torga , na sua obra  Portugal , escreveu:  « Vou falar-lhes dum  Reino Maravilhoso . Embora haja muita gente que diz que não, sempre houve e haverá reinos maravilhosos neste mundo. O que é preciso, para os ver, é que os olhos não percam a virgindade original diante da realidade, e o coração, depois, não hesite. O que agora vou descrever, meu e de todos os que queiram merecê-lo, não só existe, como é dos mais belos que um ser humano pode imaginar. Senão, reparem: Fica ele no alto de Portugal, como os ninhos ficam no alto das árvores para que a distância dos torne mais impossíveis e apetecidos. Quem o namora cá de baixo, se realmente é rapaz e gosta de ninhos, depois de trepar e atingir a crista do sonho contempla a própria bem-aventurança. Vê-se primeiro um mar de pedra. Vagas e vagas sideradas, hirtas e hostis, contidas na sua força desmedida pela mão inexorável dum Deus genesíaco. Tudo parado e mudo. Apenas se move e se faz ouvir o coração no peito, inquieto, a anunciar o come

Trás-os-Montes, um verdadeiro “Reino Maravilhoso”!

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Uma região para recordar e viver A terra transmontana é de vivências comunitárias muito ricas que ainda  hoje se mantém. Fruto de origens plurais, nobres e populares, miscigenadas num objetivo retintamente peculiar onde cada um se interessa por todos e onde todos procuram consolidar a felicidade de cada um. O espírito reinante é pouco dado a ostentações: a terra é escura e fértil, escuras são as roupas que a cobrem, salpicadas por mantos alvos de neve fria que convida ao aconchego das pessoas e que, nos pontos mais altos, desenham telas de brancura. Nos sítios exatos em que os estios desdobram manchas policromas de urze, giestas ou carquejas. E se em cada Verão persiste o ambiente pastoril de uma flauta de cana que ecoa nas vertentes dos montes, o som de todo o ano é o de uma gaita-de-foles que atroa, solene, a tranquilidade dos planaltos. Por vezes é de flores a neve que, no Nordeste, brota das amendoeiras . Em outras ocasiões são castanhas as

«Reinos maravilhosos» em Portugal

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Miguel Torga , na sua obra  Portugal , escreveu:  « Vou falar-lhes dum  Reino Maravilhoso . Embora haja muita gente que diz que não, sempre houve e haverá reinos maravilhosos neste mundo. O que é preciso, para os ver, é que os olhos não percam a virgindade original diante da realidade, e o coração, depois, não hesite. O que agora vou descrever, meu e de todos os que queiram merecê-lo, não só existe, como é dos mais belos que um ser humano pode imaginar. Senão, reparem: Fica ele no alto de Portugal, como os ninhos ficam no alto das árvores para que a distância dos torne mais impossíveis e apetecidos. Quem o namora cá de baixo, se realmente é rapaz e gosta de ninhos, depois de trepar e atingir a crista do sonho contempla a própria bem-aventurança. Vê-se primeiro um mar de pedra. Vagas e vagas sideradas, hirtas e hostis, contidas na sua força desmedida pela mão inexorável dum Deus genesíaco. Tudo parado e mudo. Apenas se move e se faz ouvir o coração no peito, inquieto, a anunci