Trás-os-Montes, um verdadeiro “Reino Maravilhoso”!
Uma região para recordar e viver
A terra transmontana é de vivências
comunitárias muito ricas que ainda hoje se mantém.
Fruto de origens plurais, nobres e populares, miscigenadas
num objetivo retintamente peculiar onde
cada um se interessa por todos e
onde todos procuram consolidar a
felicidade de cada um.
O espírito reinante é pouco dado a
ostentações: a terra é escura e fértil,
escuras são as roupas que a cobrem,
salpicadas por mantos alvos de neve
fria que convida ao aconchego das pessoas e que, nos pontos mais altos, desenham telas de brancura.
Nos sítios
exatos em que os estios desdobram
manchas policromas de urze,
giestas ou carquejas.
E se em cada
Verão persiste o ambiente pastoril
de uma flauta de cana que ecoa nas
vertentes dos montes, o som de
todo o ano é o de uma gaita-de-foles que atroa, solene, a tranquilidade
dos planaltos.
Por vezes é de flores a neve que, no
Nordeste, brota das amendoeiras.
Em outras
ocasiões são castanhas as árvores.
Das castanhas do interior e das amêndoas
quando Trás-os-Montes se escapa em direção ao Douro se fazem iguarias gastronómicas ímpares.
É na mesa de cada um que o transmontano se
revela.
“Entre quem é…”
As portas, de velhos ferrolhos,
estão sempre bem abertas para os amigos que entram e é sempre amigo quem entra por bem.
Uma mesa tradicionalmente
recheada de fumeiros e enchidos,
junto a uma lareira antiga onde as
brasas e o fumo originam especialidades
próprias.
Assentes na boa qualidade das carnes de porco sempre privilegiado e alimentado com batatas e centeio, as culturas dominantes, das espécies cinegéticas que aqui abundam e constituem cartaz de grande expressão ou de gado vacum
através de raças autóctones tão
significativas como a barrosã, a maronesa
e a mirandesa.
A posta mirandesa,
é muito apreciada, sobretudo em
datas especiais onde a alegria das
festas e o entusiasmo das romarias surgem como manifestação límpida e clara
da alma do povo
transmontano.
Ao encontro da História
Miguel Torga, o grande escritor desta
região, chamou-lhe "Reino Maravilhoso".
E com conhecimento próprio o fez.
Nascido nas dobras rochosas das
suas montanhas, opulentas de ondulações graníticas onde, durante muitos anos, pedras e castelos se confundiram, aqui adquiriu o país português uma estrutura sólida marcada por fronteiras naturais quase
inacessíveis, defendendo haveres e
valores que viriam a consolidar uma
nacionalidade.
O rigor da estrutura desta terra
manifesta-se em vários aspetos e desde sempre assim foi.
Falam-nos da história da sua gente abundantes testemunhos patrimoniais muito antigos, desde o neolítico, templos e objetos que explicam a fecundidade criativa e evolutiva do homem que, desde sempre, se abrigou entre a penedia e com ela se harmonizou em consonância.
São arroubos de uma inteligência gerada entre a necessidade
de sobrevivência e o desejo de
expandir o seu espírito generoso,
moldado pela interiorização da sua
existência.
Os agregados populacionais estão
cheios de lendas que são, afinal, o
esbatimento dos grandes feitos tecidos
nas zonas mais próximas a raias onde tradicionalmente
estalaram os conflitos entre os
que cobiçaram este recanto do
Mundo e aqueles que pugnaram por mantê-lo
seu.
Tantos povos, afinal, que em cada
sítio por onde se passe são inúmeros
os vestígios de cada um.
Com relevo para as estruturas viárias e monumentais
de uma romanização que sacudiu
esta terra, de ponta a ponta.
Afinal, no "reino
do maravilhoso", seja das paisagens, seja das convicções,
a terra de Trás-os-Montes possui páginas de uma ancestralidade histórica, opulenta e invejável que pode ser lida através de castelos, catedrais, da nobreza e voluntariedade que emerge da obra de vários poetas, que não se cansaram em cantá-la.
Ambiente – O futuro da região
Falar-se de terra tem toda a propriedade neste recanto do país.
Dela brota tudo, o que lhe garante um estatuto privilegiado no território português.
Terra de águas "milagrosas" que
brotam, naturais e espontâneas, em
cada uma das pregas de um lençol revolvido pelos mistérios do subsolo.
Minerais, as águas sobem na crusta,
frias umas, gaseificadas outras, ainda
quentes as que mais rapidamente ascendem no colo da Mãe Natureza, escondido por vestes graníticas que tudo acarinha.
Por vezes, permanecem quietas em grutas milenares,
formando toalhas líquidas.
Noutras ocasiões, resolvem percorrer trajetos desiguais: em pequenas gargantas salientes ou no esplendor de veigas largas e abertas.
Os rios, ora se demoram em beijos prolongados com as margens que os namoram ora se desprendem, suicidas, em cascatas de inexcedível beleza.
E a vida, animal ou vegetal,
que deles deriva, é um esplendor ofegante
em ada novo rumo.
No solo, nas correntes ou no azul do céu, mil
espécies redobram a sua livre presença em cada novo ano, fenómeno criativo patente
em áreas oxigenadas e coloridas de
cada estação.
Os parques naturais, da Peneda-Gerês
até Montesinho, passando
pelo Alvão
e um mar soberbo de precipícios
e fisgas espetaculares,
são reservatórios escolhidos pelos
homens nas suas andanças pelo Mundo.
E que se multiplicam por aqui,
sacudidos pelos proverbiais nove meses em que a atmosfera se agita em requebros frios e húmidos ou pelos restantes três, ardentes e fogosos.
Resumindo…
Os parques nacionais e
naturais: Peneda-Gerês,
Montesinho, Alvão e Douro.
Os prazeres da caça grossa e
de salto, a pesca nas inúmeras barragens e rios de águas puras e cristalinas.
As emoções do parapente, da asa
delta, do golfe e do ténis.
As tradições dum povo que cada dia
se descobrem e uma gente que, por hospitaleira e carinhosa, se quer voltar
a ver e a contactar.
A gastronomia sem igual e o artesanato.
- Leia também: Artesanato do Parque Natural do Alvão
Os vales com verdes de mil tons
serpenteados por rios de beleza ímpar
e as montanhas onde riquezas e segredos ficaram guardados e que agora, aos poucos, se vão descobrindo.
Pinturas rupestres dolmens, castros, minas de ouro pontes romanas e medievais e marcos milenários.
Igrejas, capelas e castelos
altaneiros, são marcos de uma história
riquíssima.
Termas em parques bucólicos onde se
recupera a saúde e se descansa da vida dura e buliçosa de todos os dias.
Enfim, natureza e ar puro, são características da doce e suave, ainda que pujante, paisagem transmontana.
Fonte: folheto
promocional (texto editado e adaptado)