Uma visita à Quinta das Lágrimas e à Fonte dos Amores em Coimbra

Nos jardins da Quinta das Lágrimas acumulam-se memórias desde o século XIV, tanto nos elementos construídos como nas suas árvores, nas suas lendas populares e na sua verdadeira história.

O documento mais antigo onde a Quinta é referida data de 1326, ano em que a Rainha Santa Isabel mandou fazer um canal para levar a água de duas nascentes para o Convento de Santa Clara.

Ao sítio de onde saía a água chamou-se "Fonte dos Amores”, por ter presenciado a paixão de D. Pedro, neto da Rainha Santa, por Inês de Castro.

A outra fonte da Quinta foi baptizada por Camões de "Fonte das Lágrimas", por ter nascido das lágrimas que Inês chorou ao ser assassinada.  O sangue de Inês terá ficado preso às rochas do leito, ainda vermelhas depois de 650 anos...


"Lágrimas são a água e o nome amores", escreveu Camões nos "Lusíadas".

Em 1650, a Quinta foi murada, fizeram-se caminhos e muros que suportam a terra e as árvores da mata e construiu-se o grande tanque que recebia a água da Fonte das Lágrimas e a encaminhava, através de um canal, para alimentar as mós do grande lagar onde se fazia muito e bom azeite.

Em 1813, o Duque de Wellington esteve na Quinta das Lágrimas a convite do seu ajudante de campo, António Maria Osório Cabral de Castro, dono da Quinta e antepassado dos actuais proprietários.

Para festejar foram plantadas duas Wellingtonias (Sequoia gigantea) e ergueu-se uma lápide com a célebre estrofe dos "Lusíadas" que situa a história de Pedro e Inês na Quinta.

Miguel, filho de António, manda construir (por volta de 1850) um jardim romântico, com lagos serpenteantes e árvores exóticas e raras, as quais o micro-clima da Quinta deu um porte impressionante passados dois séculos.

Seu sobrinho, D. Duarte de Alarcão Velasquez Sarmento Osório, bisavô dos actuais proprietários, constrói junto à entrada da mina mandada fazer pela Rainha Santa uma porta em arco e uma janela neo-góticas, que dão acesso ao mundo misterioso da mata da Quinta.

O século XIX testemunhou várias visitas reais, desde o Imperador do Brasil ao Rei D. Miguel de Portugal.

Em 1995, foi inaugurado o Hotel Quinta das Lágrimas, membro da famosa cadeia Small Luxury Hotels of the World e considerado um dos melhores de Portugal. Sugerimos que visite o restaurante "Arcadas".

Em 2004, o Arquitecto Gonçalo Byrne (Grande Prémio da Academia de Belas Artes de Paris) desenhou o edifício Acqua (nova ala de quartos, centro de reuniões e banquetes e spa).

Em 2006 a Arquitecta Paisagista Cristina Castel-Branco inicia o restauro dos jardins, doados à Fundação Inês de Castro.

É recriado um jardim medieval, restaurados os muros da mata, os canais dos Amores e das Lágrimas, são plantadas cortinas de vegetação, uma alameda de sequoias e um jardim japonês dentro do Hotel e é construído o anfiteatro Colina de Camões (Primeiro Prémio Nacional de Arquitectura Paisagista 2008) onde todos os anos, na segunda quinzena de Julho, se realiza um evento cultural de nível internacional, o Festival das Artes, o qual recebeu uma menção honrosa nos Prémios Turismo de Portugal.

Para ler: Cinco ou mais razões para visitar Coimbra

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Horário de abertura

Verão: 16 de Março a 15 de Outubro - de 3ª feira a domingo, das 10h às 19h.
Inverno: 16 de Outubro a 15 de Março - de 3ª feira a domingo, das 10h às 17h.

Visitas guiadas com marcação prévia:

- Mínimo 5 pessoas
- Condições especiais para escolas e grupos

Bilheteira

Hóspedes do Hotel: grátis

Simples: €2,50

Especiais < 15 e > 65 anos: €1

Família (2 adultos e 2 crianças): €5

Visita guiada: €5/pessoa

V. guiada + Jardim Japonês: €6/pessoa

Informações e marcações de visitas:

Bilheteira: (+351) 912 464 332
Cláudia do Vale: (+351) 918 108 232
jardinsdaquintadaslagrimas@gmail.com

Fonte: folheto promocional

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