Vila Real – Roteiro turístico – Monumentos na cidade
Capela de São Brás (MN) – Vila Velha
Atribuída à época de transição do séc. XIII para o séc. XIV, é um pequeno templo românico-gótico, coevo da fundação de Vila Real.
Adossada à Igreja de São Dinis, sofreu profundas alterações no séc. XVIII, mas guarda ainda no interior duas arcas tumulares, uma das quais de estilo manuelino. Na outra é tradição que está sepultado Lourenço Viegas, o Espadeiro, companheiro de armas de D. Afonso Henriques.
Existem na parede fundeira, dignos de registo, frescos que representam São Brás(1).
São Brás - "Protector contra as
doenças da garganta" e "Padroeiro dos Cardadores"
Em Latim S.Blasius, em Catalão S. Blai,
em Francês S. Blaise, em Espanhol S. Blas.
S.
Brás nasceu na cidade de Sebaste, na actual Arménia, nos finais do séc. III. Já
depois de ter assumido a profissão de médico, sentiu o chamamento de Deus a uma
consagração cristã, pelo que terá deixado a sua vida citadina e a sua própria
terra indo para os montes, optando por uma modesta vida solitária de oração e
de penitência.
A
sua fama de santo começou a espalhar-se na comunidade de Sebaste e, quando
morreu o bispo daquela cidade, todos o aclamaram como novo pastor.
São
Brás só aceitou a nova responsabilidade pela forte insistência dos membros da
comunidade, porque desejava muito mais a vida retirada de oração e
contemplação.
Mesmo como bispo continuava a viver numa caverna no Monte Argeu, no meio de animais ferozes, com quem convivia, vindo somente à cidade apenas quando as obrigações de pastor o exigiam. Ler+
Capela da Misericórdia – Rua da Misericórdia
A
sua construção iniciou-se em 20 de Março de 1532, por ordem do Abade de Mouçós,
D. Pedro de Castro. No interior, tem quatro retábulos nas paredes laterais, em
talha barroca.
Dois
deles escondem outros anteriores, de granito dourado, muito mais valiosos
devido à sua origem maneirista, rara na região(1).
«(…)
Em Vila Real fui à Igreja da
Misericórdia. Desta feita consegui visitar o monumento.
O pavimento, de madeira, dividido em
pequenas câmaras, numeradas, tradutor da velha prática de enterramento nas
igrejas merece particular atenção.
Um das campas não tinha a cobertura em
madeira, era de mármore, com a seguinte inscrição, "AQUI JAZ O SANTO
SOLDADO JOSÉ CUSTÓDIO INOCENTEMENTE ARCABUZADO EM 12-5-1813".
Fiquei intrigado e meti conversa com o
zelador da igreja que muito prestavelmente me informou que o soldado em questão
foi condenado à morte por ter roubado uma píxide de ouro de uma igreja.
O soldado de Mirandela não foi o ladrão,
mas sim um primo que o quis comprometer. Jurou sempre a sua inocência, mas
acabou por ser arcabuzado. Foi-lhe encontrado no corpo apenas uma bala, a do
primo, o tal que lhe quis fazer mal. Os outros soldados dispararam para o ar.
E o pai, acabado de regressar de Lisboa
com o indulto real, pedido pelos próprios oficiais, que tinham o maior apreço e
respeito pelo seu filho, não chegou a tempo de o salvar, mas ainda ouviu a
salva de tiros ao entrar na cidade.
Existem outras versões, mas esta é
paradigmática daquilo de que são capazes alguns seres humanos quando querem
comprometer ou destruir a vida do próximo, mas também da cegueira da justiça e
da não aceitação da palavra dos que até à morte clamam pela sua inocência.
A má consciência dos humanos levou-os a
considerar José Custódio como o "santo soldado", como se o atributo
de santo fosse uma espécie de consolação pelos males da sociedade que o levaram
à morte. (…)»
Texto de Salvador Massano Cardoso no blogue: 4R – Quarta República
Igreja de São Domingos / Sé de Vila Real (MN) – Avenida Carvalho de Araújo
Era
a antiga Igreja do convento do mesmo nome, que foi sagrada Sé de Vila Real em
1924. É um templo espaçoso, de três naves, construído no séc. XV.
A torre sineira foi erguida em 1742 e a capela-mor reformulada em 1753. Sofreu um grande incêndio em 1837, tendo sido reconstruída na década seguinte (1). Saber+
Capela Nova – Rua dos Combatentes da Grande Guerra
Também
conhecida por Igreja dos Clérigos, a Capela Nova é uma obra atribuída a Nicolau
Nasoni.
De
feições tipicamente barrocas, exibe no interior azulejaria com representação de
cenas da vida de São Pedro e São Paulo, sendo o retábulo da capela-mor de talha
renascentista, do início do séc. XVII.
No largo fronteiro, realiza-se entre 27 e 29 de Junho de cada ano a tradicional Feira de São Pedro, ou Feira dos Pucarinhos (barros pretos de Bisalhães e linhos de Agarez e Mondrões) (1).
Igreja de S. Pedro – Largo de São Pedro
De
origem barroca, a Igreja de São Pedro foi construída em 1528 a mando de D.
Pedro de Castro, Abade de Mouçós, que nela tem sepultura.
Em 1692, Domingos Botelho da Fonseca, fidalgo da Casa Real, que também ali jaz, mandou revestir de azulejos a capela-mor. Em 1711, a igreja foi objeto de restauro. São de notar a riqueza da talha e o teto em caixotões (1). Saber mais
Casa de Diogo Cão (IIP) – Avenida
Carvalho de Araújo
Localizada bem no centro da cidade, é um edifício de traça medieval, com construções contíguas da mesma feição arquitetónica.
Nela terá nascido, segundo a tradição, o navegador português Diogo Cão, que descobriu a foz do Zaire no séc. XV (1).
Casa dos Marqueses de Vila Real –
Avenida Carvalho de Araújo
Casa onde habitou a família dos Marqueses de Vila Real, caída em desgraça pelo seu envolvimento na conjura contra D. João IV, em 1641.
Conserva ainda as ameias e a janela geminada de estilo manuelino (1).
Casa dos Brocas – Rua Camilo Castelo Branco
Casa senhorial construída pelo avô de Camilo Castelo Branco.
Tem na fachada uma
lápide que evoca o escritor, mandada colocar pela Região de Turismo da Serra do
Marão (1). Saber +
Texto retirado de brochura editada pela Câmara Municipal de Vila Real | Imagens retiradas da internet, digitalizadas de documentos, fotos próprias