Da Freita à Misarela - um passeio muito interessante!
As curiosas «pedras parideiras» |
Da Freita à Misarela
Este passeio desenrola-se na zona entre Vale de Cambra e Arouca, onde o esforço de rodar em pisos degradados e traçados sinuosos tem como recompensa as magnificas paisagens da Serra da Freita.
Esta Serra faz parte do maciço da Gralheira, correndo de nordeste para sueste, e é limitada a norte pelo vale do Arda (afluente do Douro) e a sul pelo da ribeira de Teixeira, afluente do Vouga.
A rocha dominante é o granito, e daí as paisagens agrestes, a fazer lembrar a Serra da Estrela.
Nos locais onde se dá a transição para outros solos surgem os grandes pontos de interesse deste percurso.
Um quilómetro e meio depois de passar Santa Cruz corte à esquerda para ver a barragem Engenheiro Duarte Pacheco.
Regresse à estrada anterior e, cerca de 3 km adiante, encontrará as indicações para subir à esquerda na direcção da Serra da Freita.
A partir daqui o caminho está bem sinalizado, bastando prestar atenção aos cruzamentos.
Ainda mais importante é olhar para a paisagem que muda a cada curva, com sucessivos panoramas sobre a ria de Aveiro e a vizinha Serra do Caramulo.
Ao longe, se o tempo estiver claro, poderá começar a ver a impressionante queda da Frecha da Misarela.
Não deixe de fazer um desvio à esquerda, na direcção da aldeia de Castanheira, para ver um curioso fenómeno geológico: as Pedras Parideiras.
O granito apresenta aglomerações de micaxistos negros com o tamanho de uma bola de ténis e que se separam com facilidade devido à erosão.
Daí a ilusão de que os penedos estejam a pôr ovos ou a ter filhotes.
Nem sempre é fácil apreciar o fenómeno, devido à ação dos colecionadores de recordações.
De regresso à estrada principal, siga as indicações «Frecha/Arouca» e não corte para Albergaria da Serra.
Chegará ao ponto onde as águas do rio Caima se despenham por um desnível de 70 metros.
A transição do granito (mais duro) para o xisto (muito menos resistente à erosão da água) provoca uma violenta descida de nível, gerando uma das maiores quedas de água de Portugal.
Prossiga o passeio na direcção de Arouca.
Espera-o a travessia de um bosque com lagoas e uma longa e sinuosa descida com cerca de 17 km.
Arouca situa-se no fundo de um vale verdejante.
Não deixe de visitar o convento e de apreciar a respetiva coleção de arte sacra, bem como o requintado cadeiral.
Lembre-se de que está na capital da vitela e preste-lhe as devidas honras. Idem para o afamado pão-de-ló local.
Veja ainda o curioso Memorial do Burgo e suba ao miradouro da Senhora da Mó.
Mapa do passeio
Texto retirado de Guia da Semana - Expresso, nº11 (Norte) | Imagem de destaque | (1) | (2) | (3) |