As escarpas do Corgo: um tesouro natural em Vila Real

Aspeto de Vila Real e das escarpas do Corgo. No meio, o rio Corgo, a Central do Biel e o poço do Agueirinho, ou poço do Granjo.


As escarpas do Corgo, localizadas em Vila Real, no coração de Trás-os-Montes, são uma das formações geológicas mais impressionantes do norte de Portugal.

Estas escarpas acompanham uma parte do curso do rio Corgo, um afluente do rio Douro, e são conhecidas pela sua beleza natural e pela sua relevância ecológica, sendo um local ideal para os amantes da natureza e da geologia.

Estas escarpas, resultado da erosão do rio Corgo ao longo de milhões de anos, oferecem um cenário natural impressionante e uma experiência única para quem as visita, convidando os visitantes a uma imersão na beleza da natureza, através de passadiços que serpenteiam pelas margens do rio Corgo.

As rochas das escarpas do Corgo

As rochas que compõem as escarpas são principalmente de granito, a rocha mais característica e comum nesta parte do país, o que lhes confere uma tonalidade acinzentada que contrasta com o verde da vegetação.

A vegetação é rica e variada, incluindo arbustos, árvores autóctones e um ecossistema que abriga uma grande variedade de fauna e flora. As escarpas são também um local privilegiado para os entusiastas da natureza.

Além da sua importância natural, as escarpas do Corgo têm um significado cultural e histórico, estando frequentemente ligadas à identidade da cidade de Vila Real.


Um aspeto das escarpas do Corgo, na margem direita. No cimo das escarpas, a Quinta da Raposeira.

Percurso em passadiços

A área pode ser explorada através de percursos pedestres, nomeadamente passadiços, que permitem ao visitante apreciar a natureza e a tranquilidade do local.

Estes passadiços de madeira estendem-se por cerca de 750 metros, proporcionando um percurso suave e acessível a todos, permitindo apreciar a beleza da natureza de forma segura e confortável.


Para ler: Rotas das Catedrais a Norte: de Vila Real a Lamego



Desde a ponte metálica até à Ínsua

As escarpas acompanham o rio Corgo desde a ponte metálica, inaugurada em 1904, até quase à Ínsua, designação pela qual os habitantes conhecem a confluência do rio Corgo e do rio Cabril, que se pode observar atrás do Cemitério de São Dinis, na chamada Vila Velha (zona onde teve origem a cidade de Vila Real).

A proximidade de Vila Real, uma cidade fundada por D. Dinis, nos finais do século XIII, e com um rico património histórico e cultural, faz das escarpas do Corgo um destino atrativo para turistas que procuram combinar natureza e cultura.


A Ínsua (confluência do rios Corgo e Cabril). No meio, barragem que deu origem à estação hidro-elétrica do Tarragido. Ao longe, o viaduto do Corgo, na A4.


Percursos Naturais do Parque Corgo

O percurso nas escarpas do Corgo, fazem parte dos Percursos Naturais do Parque Corgo, que se prolongam por 2,5 km

Os Percursos Naturais do Parque Corgo fazem-se junto à malha urbana de Vila Real e nas margens do Corgo.

A parte inicial destes percursos é o resultado da recuperação de caminhos antigos nas margens deste rio, complementada por uma segunda, com 750 metros de passadiços de madeira, em plenas escarpas do Corgo.

O percurso total torna acessível a todos um espaço natural de extrema beleza, no que é considerado o pulmão verde da cidade.

As escarpas do Corgo são um destino imperdível para quem visita Vila Real. Elas constituem um dos muitos tesouros naturais de Portugal, oferecendo um espaço de contemplação e atividade ao ar livre, bem como um testemunho da diversidade geológica e ambiental da região.

Se procura um local para se ligar com a natureza, respirar ar puro e apreciar paisagens deslumbrantes, este é o lugar ideal.

Fotos: cortesia de Escarpas do Corgo

Sugestões:

Mensagens populares deste blogue

Trás-os-Montes - "O Reino Maravilhoso" de Miguel Torga

Imagem
Miguel Torga , na sua obra  Portugal , escreveu:  « Vou falar-lhes dum  Reino Maravilhoso . Embora haja muita gente que diz que não, sempre houve e haverá reinos maravilhosos neste mundo. O que é preciso, para os ver, é que os olhos não percam a virgindade original diante da realidade, e o coração, depois, não hesite. O que agora vou descrever, meu e de todos os que queiram merecê-lo, não só existe, como é dos mais belos que um ser humano pode imaginar. Senão, reparem: Fica ele no alto de Portugal, como os ninhos ficam no alto das árvores para que a distância dos torne mais impossíveis e apetecidos. Quem o namora cá de baixo, se realmente é rapaz e gosta de ninhos, depois de trepar e atingir a crista do sonho contempla a própria bem-aventurança. Vê-se primeiro um mar de pedra. Vagas e vagas sideradas, hirtas e hostis, contidas na sua força desmedida pela mão inexorável dum Deus genesíaco. Tudo parado e mudo. Apenas se move e se faz ouvir o coração no peito, inquieto, a anunciar o come
Ler o post »»»

Uma visita à Quinta das Lágrimas e à Fonte dos Amores em Coimbra

Imagem
Nos jardins da Quinta das Lágrimas acumulam-se memórias desde o século XIV, tanto nos elementos construídos como nas suas árvores, nas suas lendas populares e na sua verdadeira história. O documento mais antigo onde a Quinta é referida data de 1326, ano em que a Rainha Santa Isabel mandou fazer um canal para levar a água de duas nascentes para o Convento de Santa Clara . Ao sítio de onde saía a água chamou-se " Fonte dos Amores ”, por ter presenciado a paixão de D. Pedro , neto da Rainha Santa , por Inês de Castro . A outra fonte da Quinta foi baptizada por Camões de " Fonte das Lágrimas ", por ter nascido das lágrimas que Inês chorou ao ser assassinada.   O sangue de Inês terá ficado preso às rochas do leito, ainda vermelhas depois de 650 anos... " Lágrimas são a água e o nome amores ", escreveu Camões nos " Lusíadas ". Em 1650, a Quinta foi murada, fizeram-se caminhos e muros que suportam a terra e as árvores da mata e construiu-se o
Ler o post »»»

Miguel Torga e São Leonardo de Galafura

Imagem
São Leonardo de Galafura era, indubitavelmente, um dos locais prediletos de Miguel Torga para observar, admirar e inspirar-se no rio Douro. Quem visita este fantástico miradouro, localizado em plena Região Demarcada do Douro , num monte constituído por sílex e quartzo (e habitado, em tempos idos, por romanos e mouros), pode ler, numa placa em azulejos e noutra em metal, um pequeno extrato  da obra «Diário XII»: S. Leonardo de Galafura, 8 de Abril de 1977 « O Doiro sublimado. O prodígio de uma paisagem que deixa de o ser à força de se desmedir. Não é um panorama que os olhos contemplam: é um excesso de natureza. Socalcos que são passados de homens titânicos a subir as encostas, volumes, cores e modulações que nenhum escultor pintou ou músico podem traduzir, horizontes dilatados para além dos limiares plausíveis de visão. Um universo virginal, como se tivesse acabado de nascer, e já eterno pela harmonia, pela serenidade, pelo silêncio que nem o rio se atreve a quebrar, ora a sumir
Ler o post »»»

«Reinos maravilhosos» em Portugal

Imagem
Miguel Torga , na sua obra  Portugal , escreveu:  « Vou falar-lhes dum  Reino Maravilhoso . Embora haja muita gente que diz que não, sempre houve e haverá reinos maravilhosos neste mundo. O que é preciso, para os ver, é que os olhos não percam a virgindade original diante da realidade, e o coração, depois, não hesite. O que agora vou descrever, meu e de todos os que queiram merecê-lo, não só existe, como é dos mais belos que um ser humano pode imaginar. Senão, reparem: Fica ele no alto de Portugal, como os ninhos ficam no alto das árvores para que a distância dos torne mais impossíveis e apetecidos. Quem o namora cá de baixo, se realmente é rapaz e gosta de ninhos, depois de trepar e atingir a crista do sonho contempla a própria bem-aventurança. Vê-se primeiro um mar de pedra. Vagas e vagas sideradas, hirtas e hostis, contidas na sua força desmedida pela mão inexorável dum Deus genesíaco. Tudo parado e mudo. Apenas se move e se faz ouvir o coração no peito, inquieto, a anunci
Ler o post »»»

Grândola – Gastronomia, Vinhos e Artesanato

Imagem
«A gastronomia local pauta-se pelas influências do litoral e do interior alentejano , resultando numa deliciosa miscelânea culinária.  Por um lado, temos os pratos de peixe e marisco, resultado das atividades piscatórias artesanais, sobressaindo as sopas e massas de peixe e marisco, os ensopados e as caldeiradas, não esquecendo as famosas enguias. Aproveite as suas extensas praias para visitar um dos restaurantes à beira-mar e usufruir de um magnífico repasto com vistas panorâmicas sobre o oceano. Por outro lado, temos os pratos tradicionais da gastronomia alentejana , começando pelos enchidos, passando pelos pratos de caça, javali, porco e borrego e pelas açordas.  Tudo temperado com as ervas aromáticas tipicamente alentejanas: os coentros, os orégãos, a hortelã, o poejo, o alecrim e o manjericão .  Sem esquecer, como complementos, o delicioso pão, o frutado azeite alentejano, o mel e os tentadores doces tradicionais. Não poderia aqui faltar uma referência ao cozido à portuguesa, um
Ler o post »»»

As Feiras de Produtos Regionais e Locais em Portugal

Imagem
As Feiras de Produtos Regionais e Locais são uma tradição muito antiga em Portugal. Nestes eventos, os produtores locais têm a oportunidade de mostrar e vender os seus produtos frescos e tradicionais, como frutas, legumes, queijos, enchidos, vinhos, doces e artesanato, n uma enorme variedade de produtos únicos e autênticos que representam a riqueza gastronómica e cultural de cada região do país. Desde os queijos tradicionais da Serra da Estrela , aos enchidos do Alentejo , passando pelo azeite e vinhos do Douro , as feiras em Portugal são uma montra dos sabores e tradições de cada localidade. Além dos produtos alimentares, também é possível encontrar artesanato, como peças de cerâmica, tapeçaria e cestaria, que refletem a história e identidade de cada região. Estas feiras são não só um local de comércio, mas também um ponto de encontro para as comunidades locais, onde se promove o convívio e a cultura da região. Muitas vezes, as feiras são acompanhadas por animação cultural
Ler o post »»»

Vila Real e arredores | Roteiro de natureza e lazer

Imagem
Visto do Parque Corgo: a Ponte Metálica, aspeto de Vila Real e o Marão coberto de neve Jardim da Carreira Este Jardim surgiu da necessidade de criar um espaço público de lazer, no século XVIII, e originalmente foi arborizado com espécies de árvores provenientes do Gerês . Este espaço é um dos mais emblemáticos de Vila Real , e dos que têm uma maior tradição e história junto dos vila-realenses. Parque Corgo O Parque Corgo situa-se nas margens do rio que lhe dá nome, e tem uma área de cerca de 33 hectares. Está ligado ao Parque Florestal , um verdadeiro pulmão da cidade, e incorpora vários equipamentos: campos polidesportivos, itinerários pedestres, parque de merendas de Codessais (equipado com grelhadores e mesas), piscinas municipais abertas, parque infantil, cafés e casas de chá. É ainda possível ver antigos moinhos, alguns deles recuperados. Na área correspondente ao Parque Florestal está instalado um circuito de manutenção, que convida à prática de hábitos de vida sa
Ler o post »»»

Por Terras da Arrábida – Vinho, Arte e Natureza (Rota II)

Imagem
Cabanas – Azeitão A estrada é ladeada pelas vinhas e pastagens da Quinta de Camarate, que se dedica à produção de Queijo de Azeitão e também à criação de ovinos.  Ao chegar a Vila Fresca de Azeitão sugere-se uma visita às oficinas S. Simão Arte e Faianças de Vila Fresca , onde pode travar conhecimento com o artesanato da região, nomeadamente com a produção e pintura artesanal de azulejos.  Visite também a Igreja de S. Simão (séc. XVI). Retome o percurso até à E.N. 10 e siga em direcção a Setúbal. Mas à frente, aprecie os cavalos da Herdade dos Arneiros. Após Aldeia Grande , vire á esquerda e siga pela estrada do Vale de Alcube. Ao passar a pequena ponte, junto a uma azenha em ruínas, encontra o portão de acesso à adega Quinta de Alcube .  Uma pequena unidade de tipo familiar, inserida numa quinta plena de encanto com o seu solar, o regato, o pomar – onde ainda se produzem as outrora famosas Laranjas de Setúbal -   e a criação de gado. Para além dos vinhos de qualidade, a quinta
Ler o post »»»

Por Terras de Santiago – História, Património e Artesanato (Rota I)

Imagem
Palmela – Castelo e Centro Histórico O percurso pedestre sugerido tem início no Castelo de Palmela , monumento nacional desde 1910.  Dentro das muralhas do Castelo encontra, para além do Posto de Turismo , o antigo Convento, que atualmente é uma Pousada ; a Igreja de Santiago , monumento nacional e as ruínas da Igreja de Santa Maria , onde se situa o Gabinete de Estudos da Ordem de Santiago.  Integrado no Museu Municipal encontram-se o Espaço Arqueológico, o Espaço de Transmissões Militares e a Reserva Visitável “Escultura de Santiago”. Desça até à Igreja de S. Pedro (séc. XVI) e aprecie a bela fachada do edifício dos Paços do Concelho (séc. XVII / XVIII). Siga em direção ao Largo Duque de Palmela e observe o Pelourinho e a Igreja da Misericórdia . Continue o percurso pela Rua Hermenegildo Capelo, com passagem pelo Largo do Mercado até à Rua 31 de Janeiro. Desça as escadinhas da Rua Coronel Galhardo e entre na Rua do Passadiço.  Chegando ao Largo Marquês de Pombal, observe o edifíc
Ler o post »»»