"Pelos caminhos de Portugal" - Madeira
Caleidoscópio natural
Prove o bolo do caco, as espetadas em pau de louro, os peixes e mariscos frescos, o milho frito, as frutas exóticas e o vinho da Madeira.
Na costa Leste, passe por Machico, o primeiro local onde desembarcaram, em 1419, Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira.
As ilhas da Madeira e de Porto Santo são duas manifestações de originalidade da Natureza no meio do oceano.
Na Madeira, misturam-se altas montanhas e densas florestas com jardins meticulosamente cuidados, túneis engenhosos e teleféricos panorâmicos.
No Porto Santo aplana-se a paisagem e estendem-se quilómetros de areais dourados.
A temperatura é outra aliada do sucesso do turismo no arquipélago: 23 graus de máxima e 15 de mínima durante todo o ano, no ar; quanto à água, oscila entre os 22 graus no Verão e os 18 no Inverno.
À primeira vista, não há como evitar o espanto perante o encanto do Funchal.
Em forma de anfiteatro natural, a cosmopolita “capital” da Madeira eleva-se a partir da costa até cerca de 1.200 metros de altitude, emoldurada pelo azul profundo e pela profusão de verde.
Visite um engenho do açúcar na Calheta e suba ao cabo Girão, o promontório mais alto da Europa. Suba acima das nuvens no Paul da Serra, onde a neve chega a cobrir a paisagem quase lunar, no pino do Inverno.
Siga a pé pelas levadas [ver abaixo], rodeado pela Floresta Laurissilva, distinguida como Património Mundial Natural pela UNESCO.
As atrativas piscinas naturais de rochas vulcânicas de Porto Moniz levá-lo-ão para Norte.
Admire a queda de água conhecida como Véu da Noiva, as Grutas de São Vicente e as casinhas típicas de Santana e traga uma peça em vime da freguesia da Camacha, em Santa Cruz.
Já o Porto Santo brinda-nos com nove quilómetros de areal dourado e fino, com reconhecidas propriedades terapêuticas, banhado por um mar de temperatura agradável o ano inteiro.
Se for do género irrequieto, há percursos pedestres e sobrerrodas para todos os gostos, ténis, golfe e desportos náuticos. (1)
Sugestões:
As Levadas da Madeira
A construção das Levadas da Madeira remonta ao século XV e à chegada dos primeiros colonizadores.
O objetivo desta rede de canais, construída ao longo de séculos, era trazer a água das zonas altas e húmidas do Norte da ilha para irrigar as terras secas do Sul.
A água assim transportada serviu, também, para mover engenhos de açúcar e centrais hidroelétricas.
É um exemplo notável de hidráulica e de engenharia civil antigas, levado a cabo sem máquinas e com ferramentas pouco sofisticadas.
Ao todo, haverá hoje cerca de um milhar de quilómetros de condutas, entendendo-se por mais de duas centenas de eixos.
Correndo ao lado da levada propriamente dita, ou seja do canal, há um passadiço, por vezes com apenas meio metro de largura, por onde é possível caminhar.
Esta rede de caminhos pedestres, por vezes exigindo alguma precaução, cruza boa parte da ilha e transformou-se num dos grandes atrativos turísticos da Madeira. (2)