Alto Tâmega e Barroso - Artesanato regional | Descobrir Portugal
Barro de Vilar de Nantes - Chaves |
"Escravos de uma terra hostil e de uma sociedade
hostil, simples e toscos instrumentos de produção nas mãos injustas da vida,
como poderiam eles descer à grande fundura dos sentimentos limados e gratuitos?"
Miguel Torga -
Novos Contos da Montanha
Olaria
Trabalhar o
barro, dar à luz, num universo de fogo abafado, pratos, púcaros, jarras e
outros objectos pretos, é a actividade dos oleiros de Vilar de Nantes.
Esta localidade
fica situada a 5 km de Chaves, na margem esquerda do rio Tâmega e é conhecida
como "Terra dos Pucareiros".
Cestaria
Na região do Alto Tâmega e Barroso, a indústria
artesanal de "cestaria" deve remontar aos povos ancestrais.
Da necessidade
de guardar ou transportar cereais, surgiram os "cestos”, feitos de vime,
de fitas de madeira de salgueiro ou de castanho bravo.
A tradição
mantém-se tendo, no entanto, um carácter mais decorativo e adaptado às
exigências e gostos actuais.
Cerâmica
Com as mãos se
faz, do barro, aliando tradições e modernidade, objectos de estética arrojada e
de interrogação permanente sobre o ser humano e o meio onde se insere.
Com a
inteligência ao serviço da arte e da emoção.
Madeira
Em terras de
floresta e de agricultura, a reprodução dos equipamentos e dos espaços faz-se
arte, talhando a madeira.
São objectos de
emoção concentrada em carros de bois, canastros (espigueiros), teares, moinhos,
para decoração e lembrança de outros tempos.
Mantas/Linho
Quando o frio
aparece, sente-se a necessidade de um agasalho forte, resistente, em casas que
só conhecem lareiras desajustadas ao termómetro.
Daí as mantas
pesadas, de lã, tecidas em noites longas de inverno.
Sabemos também
que, em terras de contrastes, a secular aspereza do burel contrasta com a suave
resistência do linho trabalhado,
maçado, fresco, apetecido, para cobrir mesas fartas e alcovas de romance.
Fonte: “Descobrir
Portugal” – Junho 2002 (texto editado e adaptado)