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Das terras do Magriço aos socalcos do Douro

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Das terras do Magriço aos socalcos do Douro Este passeio inicia-se no centro histórico de Sernancelhe , um dos mais preservados da região. O granito e a decoração austera do estilo românico dão à vila um certo encanto. A igreja matriz, classificada como Monumento Nacional, apresenta uma bela portaria formada por seis colunas com capitéis fitomórficos e uma arquivolta decorada por dez anjos, ladeado por dois nichos cada um com três figuras esculpidas em relevo: os apóstolos Pedro e Paulo são as figuras centrais em cada um deles, ladeados pelos quatro evangelistas.  No interior, de uma só nave, há importantes pinturas murais e quadros da escola do mestre viseense Grão Vasco . Mas ali perto fica, junto da velha Casa da Câmara e da cadeia de granito , o pelourinho , de alto fuste granítico onde se inscreve a data de 1554. Nos limites do centro histórico localizam-se casas solarengas de nomes que deixaram marcas na História. É o caso da Casa da Comenda de Malta , entretanto convertida em

Vila Real – Roteiro turístico – Historial

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«À distância duma légua de Vila Real estava a nobreza da vila esperando o seu conterrâneo. Cada família tinha a sua liteira com o brasão da casa. A dos Correias de Mesquita era a mais antiquada no feitio, e as librés dos criados as mais surradas e traçadas que figuravam na comitiva. D. Rita, avistando o préstito das liteiras, ajustou ao olho direito a sua grande luneta de oiro, e disse: — Ó Meneses, aquilo que é? — São os nossos amigos e parentes que vêm esperar-nos. — Em que século estamos nós nesta montanha? — tornou a dama do paço. — Em que século?! O século tanto é dezoito aqui como em Lisboa. — Ah! sim? Cuidei que o tempo parara aqui no século doze...»  “Amor de Perdição” – Camilo Castelo Branco    Nas margens do Rio Corgo , um dos afluentes do Douro, a cidade de Vila Real ergue-se a cerca de 450 metros de altitude, numa região que revela indícios de ter sido habitada desde o Paleolítico. Vestígios de povoamentos posteriores, como o Santuário Rupestre de Panóias ,

Trás-os-Montes, um verdadeiro “Reino Maravilhoso”!

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Uma região para recordar e viver A terra transmontana é de vivências comunitárias muito ricas que ainda  hoje se mantém. Fruto de origens plurais, nobres e populares, miscigenadas num objetivo retintamente peculiar onde cada um se interessa por todos e onde todos procuram consolidar a felicidade de cada um. O espírito reinante é pouco dado a ostentações: a terra é escura e fértil, escuras são as roupas que a cobrem, salpicadas por mantos alvos de neve fria que convida ao aconchego das pessoas e que, nos pontos mais altos, desenham telas de brancura. Nos sítios exatos em que os estios desdobram manchas policromas de urze, giestas ou carquejas. E se em cada Verão persiste o ambiente pastoril de uma flauta de cana que ecoa nas vertentes dos montes, o som de todo o ano é o de uma gaita-de-foles que atroa, solene, a tranquilidade dos planaltos. Por vezes é de flores a neve que, no Nordeste, brota das amendoeiras . Em outras ocasiões são castanhas as

«Reinos maravilhosos» em Portugal

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Miguel Torga , na sua obra  Portugal , escreveu:  « Vou falar-lhes dum  Reino Maravilhoso . Embora haja muita gente que diz que não, sempre houve e haverá reinos maravilhosos neste mundo. O que é preciso, para os ver, é que os olhos não percam a virgindade original diante da realidade, e o coração, depois, não hesite. O que agora vou descrever, meu e de todos os que queiram merecê-lo, não só existe, como é dos mais belos que um ser humano pode imaginar. Senão, reparem: Fica ele no alto de Portugal, como os ninhos ficam no alto das árvores para que a distância dos torne mais impossíveis e apetecidos. Quem o namora cá de baixo, se realmente é rapaz e gosta de ninhos, depois de trepar e atingir a crista do sonho contempla a própria bem-aventurança. Vê-se primeiro um mar de pedra. Vagas e vagas sideradas, hirtas e hostis, contidas na sua força desmedida pela mão inexorável dum Deus genesíaco. Tudo parado e mudo. Apenas se move e se faz ouvir o coração no peito, inquieto, a anunci

“Paúl Natura” – um local a conhecer no Concelho de Azambuja (c/vídeo)

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Paúl de Manique do Intendente O Paúl de Manique do Intendente , localizado no Concelho de Azambuja , é uma área com cerca de 97 mil metros quadrados e que constitui um riquíssimo património natural de grande importância em termos de biodiversidade, nomeadamente em avifauna, já reconhecida a nível nacional. É um ecossistema com história, mais de 18 hectares a proteger, com mais de 180 espécies , onde pode encontrar 5 espécies "simplesmente únicas" como  - Cágado-de-carapaça-estriada (Emys orbicularis) É considerada uma espécie rara e em declínio na maioria das regiões onde ocorre, devido essencialmente à destruição dos seus habitats para fins agrícolas. Como o Paul deixou de ser cultivo e está neste processo de renaturalização esta espécie voltou ao Paul.  Conseguimos ver esta espécie em pequenas ilhas junto das colónias de aves, são fáceis de reconhecer devido às suas riscas e manchas amarelas. Outra causa apontada como motivo do seu declino é a introdução de espécies exó

Sé da Guarda | Uma visita

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O retábulo-mor, em pedra de Ançã, é atribuído ao escultor João de Ruão. Ao longo de seis andares, várias estátuas mostram a " Paixão e Morte de Cristo ", assim como a " Anunciação " e a " Apresentação de Jesus no Templo ". Destaque ainda para os evangelistas e figuras do Antigo Testamento e para a Nossa Senhora da Assunção , no centro do retábulo. Começada a edificar em 1390, a actual Sé da Guarda encontra-se situada no centro histórico da cidade, no interior das muralhas do que foi uma das principais praças-fortes portuguesas. Predominam os estilos: românico, gótico e manuelino . A catedral tem planta em cruz latina, com três naves, transepto saliente, abside e dois absidíolos de planta poligonal. Dispõe ainda de contrafortes e arcobotantes. Tem cinco tramos; dois andares com clerestório e a cruzaria é de ogivas e estrelada. Dentro do românico, destaque-se a horizontalidade do monumento, arco pleno, cachorrada e contrafortes. Já no que toc

Castelo de Belver | Uma visita

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Das muralhas da edificação avista-se Belver. Dentro da cerca do castelo, a norte, encontra-se a capela de São Brás. D. Afonso Henriques , na sua saga contra os mouros, chegou bem além do Tejo, mas naquela época as terras mudavam de senhorio com facilidade. Pensou bem o seu filho, D. Sancho I , em preferir a defesa à conquista. O Tejo passou então a fronteira natural e o monarca tratou de erguer fortificações a norte do rio, numa região na altura chamada Guidintesta . Assim nasceu o castelo de Belver , a poucos quilómetros de Abrantes e sobranceiro ao rio. O rei doou as terras a uma das quatro ordens militares de então, a dos Hospitalários de São João de Jerusalém , sob condição de construírem o castelo. A carta de foral data de 13 de Junho de 1194, mas os trabalhos apenas se concluíram 18 anos depois. Os Hospitalários , que tinham como casa-mãe o mosteiro fortificado de Leça do Balio , por aqui se fixaram até que, em 1310, por determinação de Álvaro Gonçalves Pereira , p