Castelo de Belver | Uma visita

Das muralhas da edificação avista-se Belver. Dentro da cerca do castelo, a norte, encontra-se a capela de São Brás.

D. Afonso Henriques, na sua saga contra os mouros, chegou bem além do Tejo, mas naquela época as terras mudavam de senhorio com facilidade.

Pensou bem o seu filho, D. Sancho I, em preferir a defesa à conquista.

O Tejo passou então a fronteira natural e o monarca tratou de erguer fortificações a norte do rio, numa região na altura chamada Guidintesta.

Assim nasceu o castelo de Belver, a poucos quilómetros de Abrantes e sobranceiro ao rio.

O rei doou as terras a uma das quatro ordens militares de então, a dos Hospitalários de São João de Jerusalém, sob condição de construírem o castelo.

A carta de foral data de 13 de Junho de 1194, mas os trabalhos apenas se concluíram 18 anos depois.

Os Hospitalários, que tinham como casa-mãe o mosteiro fortificado de Leça do Balio, por aqui se fixaram até que, em 1310, por determinação de Álvaro Gonçalves Pereira, pai do Condestável e então prior da ordem, se efetuou a mudança definitiva para o Crato, que se fez sede dos cavaleiros-freires de São João de Jerusalém.



O local onde se viria a edificar o castelo foi escolhido pelo próprio D. Sancho I (que, diz-se, terá dado nome a terra pela sua panorâmica encantadora) e pelo prior da ordem, Afonso Pais.

Tendo, ao centro, uma torre isolada, em cujo piso térreo se construiu a masmorra (pelos vistos, característica das construções dos Hospitalários, já que em Leça as torres também não dispensam as masmorras), a cerca amuralhada, de traçado arredondado, apresenta quatro torreões de secção retangular e outros tantos cubelos.

Dentro da cerca, a norte, situa-se a capela de São Brás.

A porta principal, a qual se acede por estreito caminho, tem dois cubelos de tamanho desigual, assim construídos para melhor defesa.

O que defende à direita a entrada do castelo era o utilizado para impedir o assalto, já que o caminho de entrada ficava estreitíssimo, por engenhosa obra, de modo que poucos poderiam ser os sitiantes, uma vez que quase se apresentavam em fila e, um a um, eram atacados do tal cubelo mais pequeno.

Através de um estreito caminho chega-se à porta principal do castelo, que tem dois cubelos de tamanho desigual.


Das margens do Tejo vê-se o Castelo de Belver, do qual se destaca a torre isolada, em cujo piso térreo se construiu a masmorra.

Fonte: “Público” (texto editado)

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