Castelo e muralhas de Monsanto | Uma visita

Foi no século XIII que se ergueu o atual Castelo de Monsanto [Idanha-a-Nova, Castelo Branco, Beira Baixa], assente em penedia de muito problemática escalada, mas o povoado fortificado já vinha da época pré-histórica e nele passaram romanos, visigodos e árabes.

Nos reinados de D. Dinis, D. Fernando e D. João I procederam-se a importantes obras de reconstrução.

O reduto é formado por três recintos muralhados, torres quase todas em ruínas, cisterna, Capela de Nossa Senhora do Castelo, escadas e rampas, portas e arcos, a Torre do Pião, já fora das muralhas e derruída quase até à base, muros grossos de cantaria em granito apertados entre descomunais rochedos, uns, e mesmo encimando-os, outros.

Em termos documentais, Monsanto entrou na história portuguesa quando, em 1165, D. Afonso Henriques a doou à Ordem dos Templários, mas o grão-mestre Gualdim Pais não deixou aqui obra importante, pelo que nova doação contemplou a Ordem de Santiago, apenas sete anos depois.

Na crise dinástica de 1383-85, Monsanto cedo se colocou do lado do Mestre de Avis, conforme se pode ler na Crónica de Fernão Lopes, que faz referência a esta terra, como a muitas outras, afirmando que "muito trabalhou neste tão forte negócio" - o dos serviços prestados ao futuro D. João I.

Nos começos do século XVIII esteve o castelo envolvido na guerra luso-espanhola, motivada pelo apoio expresso por D. Pedro II ao arquiduque Carlos, que reivindicava a coroa espanhola a Filipe IV, iniciador da dinastia dos Bourbons.

Já no século XIX, uma explosão no paiol destruiu quase totalmente o castelo.

A imaginação do povo logo deu explicação para o sucedido.

Era costume a população levar o madeiro de um sobreiro para o adro da igreja, onde se procedia à queima em louvor do Deus Menino.

Nesse ano, o governador não deixou cumprir a tradição, ordenando que os troncos fossem colocados na sua lareira.

Deu-se então a explosão que arruinou o castelo e matou o autor de tão sacrílega ordem.

Notas | Imagens

I No século XIX, devido a uma explosão no paiol, o Castelo de Monsanto foi praticamente destruído.

II Atualmente, a fortificação é formada por três recintos muralhados, torres quase em ruínas, escadas e rampas, portas e arcos, a Torre do Pião, fora das muralhas e derruída até à base, cisterna e Capela de Nossa Senhora do Castelo.

Fonte: “Público” (texto editado)

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