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Muralhas de Serpa (1) |
O artigo de hoje sugere um passeio pelo Alentejo profundo, desde «(…) Serpa até à (…) barragem de Alqueva, com passagem por Barrancos e pelo castelo de Noudar. Antes de sair de Serpa não deixe de visitar a capela de São Gens, de estilo manuelino, o castelo da vila, de construção árabe e as muralhas dionisinas.
“As
muralhas de Serpa têm origem remota,
conservando-se ainda alguns ténues vestígios da fortificação islâmica sob a Torre da Horta e no interior do casario
da Rua da Barbacã.
Seria
contudo a Reconquista Cristã, no
século XIII, que forjaria um castelo em pedra, que pouco depois receberia o
cunho de El Rei D. Dinis, que ainda
hoje se mantem.
Com
D. Manuel I chega-nos a primeira
representação iconográfica de Serpa, pelo cálamo de Duarte d`Armas, no Livro das
Fortalezas, onde se observa uma muralha em ruínas, que o venturoso rei
haveria de mandar reparar e acrescentar nova cintura muralhada.
Hoje ainda subsiste
grande parte desta muralha medieval, com as marcas do tempo e das vicissitudes
por que passou Serpa.
Ficaria
amputada da Torre de Menagem, de outras torres e das Portas de Sevilha, destruídas em 1708 pelo Duque de Osuna durante a Guerra
da Sucessão.
Mais
de um século antes viram acrescentar-se-lhe o imponente Palácio dos Melos, assente sobre um troço da muralha, tal como o
aqueduto que o serve.
A
ruína, a que pareciam condenadas as muralhas, foi travada por diversas obras de
recuperação ao longo do século XX e XXI, num esforço contínuo para manter a sua
memória e identidade.
O Ministério da
Educação Nacional, através da Direção Geral do Ensino Superior e das Belas
Artes, promulgou no Decreto-lei 39521, do Diário do Governo, 1.ª série, n.º 21,
a 30 de janeiro de 1954, a classificação das muralhas de Serpa como Monumento
Nacional.” (2)
Conheça ainda a igreja matriz, do século XIII e parta depois em direcção a Espanha, tomando a EN 260.
Passados 17km encontra Vila Nova de São Bento (os mapas de estradas ainda lhe dão o nome de aldeia) e 12 km depois corte à direita para Vila Verde de Ficalho. Aqui, visite a igreja matriz e os vestígios arqueológicos das ruínas medievais.
Saindo da povoação tome a EN 385 até Safara.
Trata-se de uma interessante aldeia com igreja matriz de século XVIII e barragem próxima.
Siga até Santo Aleixo da Restauração - povoação muito sacrificada com as guerras da restauração - através da EN 258. Daqui até Barrancos são cerca de 20 km através de estrada sinuosa ladeada por herdades de sobro.
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| O medieval castelo de Noudar domina vasta paisagem
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Vila branca, Barrancos é conhecida por conservar algumas tradições ancestrais como os touros de morte e um dialeto próprio, o barranquenho [Não se esqueça de provar o Presunto de Barrancos].
À saída da vila, junto de uma rotunda (…), corte à direita seguindo uma estrada em terra batida.
Passados cerca de 10 km a nordeste da vila encontra o castelo de Noudar, um marco importante nos avanços e recuos de reconquista e da independência de Portugal.
Depois de feito este caminho sinuoso, que em cada curva vai mostrando uma perspetiva de fortaleza, chega a uma plataforma altaneira (com cerca de 300 metros), nascida da confluência das ribeiras de Múrtega e de Ardila, onde se ergue o castelo.
Noudar é defendido por um importante pano de muralha que por sua vez é coroada pela torre de menagem.
No interior permanece um templo dedicado à Senhora de Entre-ambas-as-Águas, uma cisterna quatrocentista, a casa dos governadores e vestígios do antigo povoado.
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Igreja matriz de Barrancos |
Regresse a Barrancos e continue este passeio através da EN 258,para logo depois seguir sobre a direita a apanhar a EN 386 que o levará através das povoações de Amareleja e Póvoa de São Miguel até Moura.
Antes de conhecer a vila, famosa pela sua arquitetura popular, com chaminés cilíndricas ornamentadas, balaustradas azulejadas e lanternins de cobertura em cerâmica, corte à direita pela EN 384 para conhecer o enorme paredão da (…) barragem de Alqueva. (…)
Retorne pelo mesmo caminho e siga então em direcção a Moura, através da EN255.
Em Moura não deixe de visitar a Igreja de São João, o Convento do Carmo, a igreja de São Francisco e o Bairro da Mouraria.»
Mapa do passeio
In Guia da Semana – Expresso | 1 e 2
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