Penacova - breves apontamentos históricos e outros


Penacova

Mosteiro de S. Mamede do Lorvão e o rio Mondego marcam Penacova indelevelmente

De ambos há referências que quase poderíamos dizer serem de sempre.

Na Torre sineira do Lorvão, uma placa com ornatos visigóticos atesta a existência de vida monástica neste local pelo menos a partir do século VI.

Em 878, a partir da Reconquista Cristã de Coimbra, o Mosteiro do Lorvão adquire um papel fundamental no repovoamento de uma vastíssima região.

A partir da conquista definitiva de Coimbra em 1064 o Mosteiro do Lorvão amplia a sua influência e cresce em riqueza económica e artística.

Os monges, que nesta época seguiam a Regra de S. Bentotinham um dos mais importantes   scriptoriuns do Reino de Portugal: o "Comentário do Apocalipse" foi aqui copiado e iluminado pelo escriba Egas em 1189.


A reforma da Ordem de Cister em 1206, trouxe monjas pela primeira vez ao Mosteiro, pela real vontade da Senhora Dona Teresa.

Dona Teresa e Dona Sancha, filhas de Sancho I, ficaram Santas e repousam hoje, na notável igreja barroca do Mosteiro, em magníficos túmulos de prata de 1715.

Magníficas são também as telas da autoria de Pascoal Parente.

Entre a igreja e o coro, uma grandiosa grade de ferro forjado com aplicações em bronze dourado deixa antever um cadeiral de meados de setecentos. Sobre a grade, um órgão neoclássico.

As Abadessas dirigiam enérgicas reformas e teriam tempo para provar as doces iguarias que o saber das noviças ia acrescentando às receitas mais antigas: manjar branco, bolas de S. Bernardo, pastéis do Lorvão, beijos e os mais pequenos beijinhos também do Lorvão, queijinhos do Céu.

Mas a história também passou em Penacova.


Em 1192, D. Sancho I atribuía o primeiro foral a Penacova, foral que D. Afonso II haveria de confirmar em 1219.

Foral novo chegou em 1513, no reinado de D. Manuel.

Hoje, no lugar que teria sido ocupado pelo Castelo, ergue-se o edifício do Preventório e a Capelinha de Nossa Senhora da Guia.

Depois há em Penacova o Mondego


Esse rio manso e azul que vemos da pérgula traçada por Raul Lino ou do mirante que Emídio da Silva mandou edificar no início do século XX.

O Rio que ajudou a transportar sal, milho, vinho, azeite, lenha... e que hoje "traz” para os lados de jusante, kayaks e canoas coloridas!

Mas Penacova não é só a água.


A subida ao Penedo do Castro é uma experiência única: lá bem acima o mundo parece quase perfeito com todas as suas cores! E a descoberta não se fica por aqui.

Em Gavinhos, na Portela de Oliveira ou na Serra da Aveleira continuam altivos, os Moinhos.



Das suas velas, em dias de vento, sai uma sonoridade indizível. A única que ocupa os grandes espaços.

Porventura a única que embalou as folhas cheias de palavras inteiras que Vitorino Nemésio aqui escreveu.

Num local assim, vem-nos à memória o que ele tão bem disse: “Escrevo para viajar e viajo para escrever.”


Fonte: folheto promocional (texto editado e adaptado)

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