Igreja Matriz da Golegã | Uma visita
A Igreja Matriz da Golegã distingue-se pela sua torre sineira saliente |
Edificada no
século XVI, a Igreja Matriz da Golegã,
cujo orago é Nossa Senhora da Conceição,
sofreu profundas influências da época manuelina.
Contudo, no
templo predominam os estilos gótico,
manuelino, barroco e revivalista.
Embora a
tradição atribua a construção ao rei
Venturoso, a planimetria, volumes e estruturas apontam para uma data mais recuada;
D. Manuel terá apenas ampliado e
decorado o templo.
A nível
planimétrico, volumétrico e estrutural, o templo insere-se dentro do gótico
mendicante: tem cinco tramos, naves cobertas de madeira, sendo a central mais
alta, e cabeceira abobadada.
O arco triunfal
é ainda gótico, bem como a estrutura da abobada absidal em vários panos e não
única, como no manuelino; anteriormente à reforma manuelina é provável que o
templo possuísse transepto, dada a deficiente união da cabeceira com as naves.
Do manuelino
são o pórtico oeste e os laterais, a decoração de arco triunfal, da abóbada e
dos pilares das arcadas.
O pórtico oeste
é tradicionalmente atribuído a Boitaca.
A planta do
edifício é longitudinal composta.
Tem volumes
articulados e fachada principal de pano único, delimitado por contrafortes,
ladeando o pórtico, de arcos duplos policêntricos, inscrito em alfiz decorado de
cogulhos, cruzes de Cristo, cartelas, nicho com pequena escultura da Virgem e
dois óculos, ladeado por pilares torsos rematados de pináculos.
A torre
sineira, quadrada, é saliente e está embebida no muro este, interrompendo o
contraforte direito.
As fachadas laterais têm vários panos, rasgados, a nível do clerestório, por janela colocada sobre o eixo dos arcos e, ao nível das naves, por duas janelas em arco quebrado, descentradas em relação aos panos.
Na fachada da igreja destaca-se o pórtico de arcos duplos policêntricos, inscrito em alfiz e ricamente decorado, abarcando nicho com pequena escultura da Virgem |
Fonte: “Público”
(texto editado e adaptado)