Parque Natural do Alvão - o quadro físico
![]() |
Granito em bolas - Arnal |
O Parque Natural do Alvão (PNA), ocupa parte do conjunto montanhoso Marão - Alvão
compreendendo, do ponto de vista fisiográfico, uma zona de altitude, uma larga
bacia ondulada, onde nascem o rio Olo e alguns dos seus afluentes, e uma
zona xistosa mais baixa, onde o Olo corre encaixado entre dobras de relevo.
Entre a zona de
altitude e o vale submontano existe uma barreira de quartzitos que,
devido à sua dureza, origina uma transição brusca - a diferença de cotas é de
cerca de trezentos metros - entre as zonas acima referidas, um verdadeiro
degrau onde se situam as quedas de água das Fisgas Ermelo.
Em termos
geológicos, a parte mais elevada deste Parque Natural, cujo ponto
culminante é o Alto das Caravelas (alt. 1330m), é de natureza granítica
- assumindo formas curiosas, caso das paisagens com "granito em bolas",
ou espetaculares, caso do imponente morro que domina a aldeia de Arnal -
enquanto a zona basal - Ermelo, Fervença - é domínio dos xistos.
Climatericamente,
o inverno é húmido e o estio é seco.
O posicionamento
do Alvão - barreira de condensação às massas de ar húmido atlânticas - e
a própria variação altitudinal introduzem, porém, variações locais na
meteorologia serrana.
Granito em bolas
Entrando no PNAl
pela estrada de Agarez, desfruta-se de excelente panorâmica sobre a
cidade de Vila Real.
O contexto geológico
é dominado por granito de formas grosseiras, o "granito em bolas",
bem visível em Arnal, a mais de 90Om de altitude.
A "Catedral do Arnal"
A estrada Relva - Muas - Lamas
de Olo molda-se ao relevo acidentado dos cabeços graníticos e áreas
aplanadas de origem tectónica dela se contemplando, a Oeste, a denominada
"Catedral de Arnal", teoria de rocha nua em vivo contraste
coma verdura do vale adjacente.
![]() |
Ponte dos Presuntos - Várzea - Ermelo |
O rio Olo
O Olo, correndo
por entre as penedias da serra, é um pouco a história do Alvão.
As suas águas límpidas,
fartas em época húmida, menos caudalosas no estio percorrem, através de um trajeto
serpenteante, toda a vertente oeste da serra.
No seu troço
inicial, o rio corre em vale relativamente largo, alimentado por inúmeras
linhas de água.
Mais adiante, o
vale torna-se mais apertado e parte das águas são captadas acima das Fisgas do
Ermelo e desviadas para irrigação do Vale da Fervença/Ermelo pelo
secular "rego da porca ruça".
O caudal remanescente,
corre enfisgado nas rochas quartzíticas que originam quedas sucessivas nas
Fisgas do Ermelo, essa "estranha panóplia de longas lanças de xisto"
na curiosa descrição de Jaime Cortesão.
Fonte: brochura editada pelo Parque Natural do Alvão (2001)